terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

RESENHA - Observatório (18.02.18)


PROGRAMA OBSERVATÓRIO


A edição deste domingo, 18 de fevereiro, do Programa Observatório, do jornalista Arnaldo Santos, recebeu os juristas Rui Martinho Rodrigues,  e Roberto Martins Rodrigues, componentes de sua equipe de debatedores, ambos da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo (ACLJ), e como convidado especial o Prof. Álder Teixeira, da UFC e da UECE, pensador e blogueiro, crítico de arte e de cinema.

Os temas foram os pré-candidatos à Presidência da República para as eleições deste 2018, e o Decreto de Intervenção Federal sobre a área de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, com a criação de um Ministério para federalizar o combate ao crime organizado.

Considerou o Prof. Rui Martinho Rodrigues que o País vive uma crise de liderança, e que nenhum dos nomes postos até agora são satisfatórios. Arnaldo considerou que o estoque de grandes estadistas de que se dispunha no passado se extinguiu, deixando a sociedade desorientada. 


Rui acha que esse deserto de líderes ocorre porque ninguém resiste ao excesso de exposição produzido pela tecnologia. Isso faz com que se rasgue o véu da política e caiam as máscaras dos políticos. O desmonte da política tradicional tem favorecido o surgimento de "salvadores da pátria" populistas, líderes despreparados prometendo falsamente moralizar a Administração Pública – de Collor a Lula.

Álder Teixeira pontuou não haver comparação entre Lula e outros ex-presidentes, nem com o Bolsonaro, dois que ainda polarizam a opinião pública sobre a sucessão presidencial – aquele já eliminado da disputa pela Lei da Ficha Limpa, este perdendo a sua posição de anti-Lula, que o enfraqueceu, marcado ainda pela fama de ser da extrema-direita, com viés para o nazismo. Segundo o Álder, Lula foi o único presidente que conseguiu promover a cidadania plena, por ter garantido os Direitos Civis, os Direitos Políticos e os Direitos Sociais.

Roberto Martins Rodrigues observou que a República Brasileira, ao manter um presidencialismo totalitário, ainda estaria contaminada pelos eflúvios da Ditadura Vargas e do Regime Militar. Segundo entende, somente o parlamentarismo, que é pedagógico, nos libertaria desse estigma político, encontrando a plena democracia. Lembrou que o povo, estranhamente, embora demonstre saudosismo pela Monarquia – rei disso, rei daquilo – entretanto rejeitou essa forma de governo, no plebiscito de 1993.


Arnaldo feriu o tema da pretensa candidatura do apresentador de TV Luciano Huck, estimulada por Fernando Henrique Cardoso, e pela Rede Globo, e Rui Martinho Rodrigues obtemperou que Huck já se declarou fora da disputa, diante da oposição da emissora, que, ao contrário, o teria ameaçado de demissão. 

Rui defendeu que há um excesso de demandas democráticas, requerendo benesses plenas em nome do "estado de bem estar social", que a realidade econômica não suporta implementar. Então, aparecem as celebridades, para galgar mandatos, prometendo mundos e fundos que jamais vão entregar.

Arnaldo referiu ao problema dos partidos políticos apresentarem aos eleitores candidatos de má-qualidade, apontados sem critérios morais  e intelectuais. A isso Roberto Martins Rodrigues exemplificou com o PT, que surgiu como esperança, mas sem um programa de governo, foi uma grande frustração.
    
Alder Teixeira invocou Noam Chomsky, citado por Norberto Bobbio, para trazer uma definição muito simples de direita e esquerda, aquela composta pelos que se preocupam com os pobres, esta empenhada em proteger os ricos – aos quais ele da a qualificação esquerdista de "elites".  

Pontuou o Prof. Rui Marinho Rodrigues que,  embora a intervenção seja uma medida extrema, que talvez se torne um abacaxi para as Forças Armadas descascar, a medida era um imperativo, e não uma opção, diante do caos instalado na Segurança Pública do Rio de Janeiro. Ficar como estar não é possível. Ele vai mais longe, defendendo um decreto de Estado de Emergência, ou Estado de Sítio, para dotar o interventor de poder de polícia absoluto. 

Álder reagiu e discordou, citando livro do filósofo franco-argelino Alberto Camus, denominado "Estado de Sítio", dizendo que para ele essa medida "cheira a existencialismo". Que a democracia brasileira está em risco, porque tem desprezado os mais pobres, anotando ele que no Brasil apenas cinco famílias detém a riqueza de  52% da população. 


A isso obtemperou Rui Martinho Rodrigues, no sentido de que a esquerda brasileira esteve no poder por 12 anos, praticou paternalismo social, sem ter promovido desenvolvimento, nem deixado grande obras concretas no País. E que, enfim, não foram as teorias esquerdistas, mas a economia de mercado que melhorou o mundo, inclusive a vida dos pobres, que hoje desfrutam de confortos a que antes não tinham acesso.

Por fim, Arnaldo Santos fez referência ao jornalista e advogado Reginaldo Vasconcelos, Presidente da ACLJ, integrante da equipe de debatedores do Observatório, que teria um arsenal de argumentos bem embasados e convincentes sobre esse binômico direita-esquerda. 

Apresentou ainda os duas mais recentes obras literárias do Prof. Rui Martinho Rodrigues, "Talvez em Nome do Povo"  e "O Desafio do Conhecimento Histórico".

O Observatório, apresentado pelo Jornalista e Sociólogo Arnaldo Santos, titular fundador da ACLJ, vai ao ar todos os domingos, pela TV Fortaleza, canal 6 da Multiplay, às 23 horas, com reprises às segundas e sexta-feiras, às 22 horas.

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