domingo, 23 de julho de 2017

LITERATURA - Franciscos Moradores do Céu (VM)


Seção do Livro 
Franciscos Moradores do Céu
Enredo Histórico e Notícias Eclesiológicas

O CASO DO BEATO
FRANCISCO YAKICH
Vianney Mesquita**
Geraldo Jesuino***



Quando eu era menino, falava como menino, julgava como menino, discorria como menino; mas depois que cheguei a ser homem feito, dei de mão às coisas que eram de menino. (BÍBLIA, 1 Coríntios, 13-11).


Conquanto uma parte da literatura relate o menino japonês de quatro anos como santo, esta informação resulta equívoca, porquanto jamais houve canonização, embora esses crimes com uma família japonesa tenham ocorrido em 1622, com a execução de pai, mãe e dois filhos – Francisco com quatro e André com oito anos.

No Martirológio Romano (Apud santosebeatoscatolicos.blogspot.br), está assente a notícia de que, na cidade de Nagasaki, essas quatro pessoas enfrentaram a morte por Jesus Cristo: as crianças e a mãe – Beata Lúcia – tiveram as cabeças decepadas, na frente do Beato Luís Yakichi, e, logo após, este foi queimado vivo.

Os mártires pertenciam à Diocese de Funai e receberam este peso por conta de sua fé cristã. Ocorreu de os cristãos da Diocese planejaram libertar o missionário erudito e jesuíta lusitano, Padre Luís Froes, preso numa cadeia de Firando (Japão). Foi escolhido para a arriscada operação o próprio Luís Yakichi, pessoa bastante viva e engenhosa, a qual, a bordo de uma canoa, logrou enganar a vigilância do cárcere e libertar o Sacerdote português. (IBID).

Logo na sequência, infelizmente, a operação foi descoberta e os soldados, aparelhados de meios bem mais rápidos, alcançaram a pequena igara e levaram para o calabouço os dois prisioneiros.

A julgar pelo que encerram as fontes, o beato Luís Yakichi passou por nada menos do que 17 espécies de tortura, havendo permanecido encarcerado durante 70 dias (10-A, 2013).

Luís foi submetido a vários interrogatórios por parte dos juízes interessados em descobrir os nomes dos organizadores do complô. Foi submetido a suplícios contínuos que tornaram seu corpo       irreconhecível, porém todas as torturas não abateram seu ânimo[...] Jamais revelou nada, nem mesmo quando ameaçaram de morte os seus mais íntimos familiares. Todos os quatro recusaram a liberdade em troca da renúncia à crença de Cristo e ao juiz não restou senão condenar ao martírio a heroica família. (27: on line).


A decapitação de Lúcia, André e Francisco Yakichi – o primeiro nascido em 1615 e o outro em 1619 – ocorreu no dia 2 de outubro de 1622, em Nagasaki, a mesma cidade onde, no final da Segunda Grande Guerra Mundial, foi lançada uma bomba atômica, destruindo-a, matando e deixando graves sequelas, até hoje, na sua população e descendência.

O breve da beatificação de Francisco Yakichi, de seus pais e do irmão, foi assinado pelo Papa Pio IX (Giovani Maria Mastai-Ferreti, que, por sinal, também é beato) no dia 7 de maio de 1867.

Mencionado Decreto, lavrado pelo Sumo Pontífice, beneficiou com a circunstância de beatos, além do grupo Yakichi, 205 pessoas sacrificadas em razão da causa da fé em terras nipônicas, incluindo-se aí 15 casais japoneses, de tal modo que o Japão, conforme ditam as fontes librárias, é o país a conceder à Santa Madre Igreja, o maior quantitativo de protótipos de espiritualidade vivida em situação conjugal.


Malgrado ainda não serem santos, com ato de beatificação editado há 150 anos (2017-1867), haja vista haver sido publicada a mencionada (algumas vezes neste livro) Constituição Divinus Perfeccionis Magister, de São João Paulo II, em 25.01.1983, aguardam-se para os próximos anos os atos de canonização dos Yakichis e dos demais 205 mártires japônicos. A igual maneira, também se espera o deslinde de centenas e centenas de processos sub judice no Forum-Mor Vaticanista.



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