quinta-feira, 27 de julho de 2017

ARTIGO - A Menor Minoria (HE)


A MENOR MINORIA
Humberto Ellery*


A menor minoria da terra é o indivíduo. Aqueles que negam os Direitos Individuais não podem se dizer defensores das minorias.    Ayn Rand


A filósofa judia russa Alissa Zinovievna Rosenbaum ao emigrar para os EUA em 1926, e adotar a nacionalidade americana, assumiu o nome de Ayn Rand (provavelmente para proteger seus parentes que ficaram na Rússia bolchevique).

Sua obra mais importante, A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged) traz seu ideário de que o Homem deve definir seus valores e decidir suas ações à luz da própria razão, e tem direito a viver por amor a si próprio sem ser obrigado a se sacrificar por ninguém, e nem esperar o mesmo dos outros, pois a ninguém é dado o direito de impor sobre os outros sua vontade nem suas ideias.

O pensamento em Ayn Rand me ocorreu hoje quando vi na TV a curva da popularidade do Presidente Temer, 95% de reprovação e apenas 5% de aprovação.

Lembrei que logo nos primeiros meses do governo Lula deu-se o contrário, apenas 5% de desaprovação. Aconteceu então de um imbecil, seguidor do D. Sebastião de Garanhuns, propor que se fizesse uma busca em todo o País para descobrir quem eram essas pessoas, e tentar desvendar o mistério desses poucos ainda não terem se rendido ao carisma irresistível do Salvador da Pátria.

Escrevi na oportunidade um artigo afirmando que, enquanto vivo eu fosse, o Grande Guia Iluminado dos Povos jamais chegaria a 100%. Haveria sempre 0,0000005% (cinco décimos milionésimos por cento) de desaprovação, apenas um em duzentos milhões – eu mesmo. O tempo é o senhor da razão.

Acontece que mais uma vez eu estou na minoria de 5%, agora de aprovação ao governo Temer. Acreditem: eu detestaria estar entre os 95%. Não lhes quero a companhia, pois sei que lá estão petistas, comunistas, socialistas, psolistas, redistas, sindicalistas, MST, CUT, e demais componentes de uma tribo chamada genericamente de esquerdistas. Vade retro!

Infelizmente, nesse meio tem também muita gente de que eu gosto, respeito e lamento que sejam os meus amigos “piolhos”, que vão pela cabeça dos outros, e se deixam iludir por uma massiva propaganda desencadeada pela dupla J&J (Janot & Joesley), com o auxílio luxuoso da Rede Globo.

O Presidente Temer continua tendo comigo um crédito de confiança por vários motivos, a saber.

Em primeiro lugar, eu não entrei na política ontem, nem me atenho a noticiário sem tentar entender o que há por trás das notícias, sem perscrutar se a notícia é “plantada” e a quem interessa a “colheita”, sem o vezo do “cherchez la femme”.

Morei em Brasília durante toda a década de 80, como Técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, convivendo com congressistas e seus assessores. Depois, entre 2005 e 2011, fui Assessor Técnico da Liderança do PMDB, lá mesmo na Câmara dos Deputados, quando essa convivência se tornou diária e muito mais estreita.

Durante esse período o Michel Temer era presidente do meu partido, o PMDB, e estava sempre conosco, e a sua imagem entre políticos, assessores  e funcionários era de um político sério e honesto. E jamais, até “dar um golpe” no PT, houve nenhuma denúncia contra ele que se mantivesse de pé.

Quando ele assumiu a Presidência da República nomeou a mais brilhante, séria e competente equipe de técnicos para “tocar” a economia, com resultados positivos inegáveis. Nos ministérios da Saúde, Educação, Planejamento, no BNDES, na Petrobras, na Eletrobrás, no Banco Central, no Tesouro Nacional e demais postos sensíveis operou da mesma forma, nomeando gente da melhor qualidade.

Iniciou um programa de reformas tão necessárias e impostergáveis quanto impopulares, sem buscar o aplauso fácil, sem ceder à tentação de ser simpático, sem se preocupar com as próximas eleições (que já anunciou que não disputará), mas preocupado somente com as próximas gerações. Aliás, o pensador James Freeman Clarke dizia que “o político só pensa nas próximas eleições, enquanto o estadista pensa nas próximas gerações”.

Ao contrário, não tenho uma só razão para acreditar piamente no Janot (nem no Fachin). O prêmio que eles deram aos irmãos Batista até agora não consegui engolir. Então um criminoso, de 245 crimes confessados – que inclusive se jacta de comprar deputados, senadores, juízes, procuradores, ministros – recebe um perdão judicial, sem sequer ser denunciado, depois de uma confissão tão escabrosa, absolutamente de graça? Tenho cá as minhas dúvidas!

Para concluir, devo afirmar que meu compromisso é com o cumprimento das leis, com a presunção de inocência, o devido processo legal, o contraditório, o amplo direito de defesa. Não tenho nenhum compromisso com a corrupção. Se amanhã se provar a culpa do Presidente Temer eu me dou o direito de mudar de opinião. Tranquilamente.

Mas não será uma denuncia inepta, ilegal, baseada apenas numa gravação fajuta, que não traz nenhum diálogo comprometedor, e feita por um criminoso, que vai me convencer.

Inclusive porque “nenhuma sentença condenatória se dará com base apenas nas palavras do colaborador da Justiça!” Isso é lei!

Por fim, cabe perguntar: Por que será que o Janot não esperou a mala do Rocha Loures chegar ao Presidente Temer? Por que tanto açodamento? Certamente ele sabia que ela jamais chegaria nas mãos do Presidente Temer, então ele tinha que agir rápido para jogar com a dúvida.

É apenas mais uma dúvida, e in dubio pro reo.

Essa campanha contra o Temer mais parece estar sendo conduzida pelo espírito do Coronel Charles Lynch.


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